Fiscalização do MTE e Trabalho Intermitente: Como se Preparar

Na fiscalização do MTE, o trabalho intermitente exige contrato escrito, convocações formais, pagamento imediato de direitos e registro no eSocial; falhas nesses pontos geram multas e risco de descaracterização do vínculo.

Ilustração de uma balança representando fiscalização do MTE e trabalho intermitente, com um advogado e um trabalhador, simbolizando as questões trabalhistas.

A flexibilidade do trabalho intermitente trouxe muitos benefícios, mas também levantou novas dúvidas sobre a conformidade legal. Para empregadores, uma das principais preocupações é a fiscalização do MTE e trabalho intermitente. O Ministério do Trabalho e Emprego atua para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados e que os contratos estejam em conformidade.

Este guia foi criado para desmistificar o processo de fiscalização, mostrando exatamente o que os auditores procuram e como você pode preparar sua empresa para um possível auditoria, garantindo total segurança jurídica.

O que a Fiscalização do MTE Procura no Trabalho Intermitente?

O principal objetivo do auditor fiscal é verificar se a sua empresa está usando o contrato intermitente de forma correta, evitando fraudes e a precarização do trabalho. Eles buscam evidências em três áreas principais:

1. A Formalização e o Contrato

O auditor vai querer ver se a contratação é legalmente formalizada. Isso significa que ele vai buscar o contrato de trabalho intermitente e verificar se ele contém as informações essenciais, como o valor da hora de trabalho, a forma de convocação e as regras de rescisão. Ele também confirmará se o contrato está devidamente registrado na CTPS Digital e no eSocial.

2. O Processo de Convocação e Pagamento

A fiscalização vai além do documento. O auditor vai querer analisar se o ciclo de trabalho intermitente está sendo respeitado. Ele pedirá provas das convocações feitas e das respostas dos trabalhadores.

O ponto mais crítico é o pagamento: o MTE exige que as verbas proporcionais (salário, férias, 13º, DSR) sejam pagas ao final de cada período de serviço, e não mensalmente [1].

3. A Natureza Realmente Intermitente do Vínculo

Este é o ponto que mais exige atenção. O auditor vai investigar se a sua empresa não está usando o contrato intermitente para camuflar uma relação de trabalho contínua. Se o empregado é convocado com frequência e trabalha em jornadas fixas, a fiscalização pode descaracterizar o contrato e reclassificá-lo como um vínculo CLT padrão, com todas as verbas retroativas.

O STF validou o trabalho intermitente?

No decorrer do ano de 2024, a pauta acerca da constitucionalidade do trabalho intermitente ganhou destaque no Supremo Tribunal Federal (STF) [2]. Edson Fachin, junto à Cármen Lúcia e Rosa Weber, argumentaram contra a validade do modelo, principalmente decorrente da imprevisibilidade das atividades — que coloca o profissional em situação de fragilidade e vulnerabilidade social.

Em geral, os pontos contrários ao trabalho intermitente consideram a precarização das relações trabalhistas, a baixa remuneração dos trabalhadores no regime e a dificuldade de organização sindical e coletiva dos profissionais.

Contudo, para o ministro Nunes Marques, o trabalho intermitente não suprime direitos trabalhistas e não fragiliza os vínculos, mas oferece proteção e amparo aos trabalhadores informais e irregulares.

Além disso, há o entendimento de que o modelo viabiliza a redução do desemprego por possibilitar a convocação pontual de trabalhadores, conforme a demanda do contratante. Já aos profissionais, há um maior controle sobre sua própria jornada e rotina de trabalho, com opção de negociação por serviços mais vantajosos.

Ou seja, considera-se que o trabalho intermitente aumenta a proteção social dos trabalhadores, principalmente dos informais — que não possuem acesso aos direitos trabalhistas.

Então, após a votação, o placar final foi de 8 votos favoráveis à constitucionalidade do trabalho intermitente e 3 contrários. Portanto, permanecem válidas as determinações da Lei 13.467/2017, sem alterações à legislação vigente e à constitucionalidade do modelo [2].

Checklist de Documentos para se Preparar para a Fiscalização

Para passar por uma auditoria sem sustos, tenha em mãos os seguintes documentos e registros:

  • Contratos de Trabalho Intermitente: Todos os documentos assinados e formalizados.
  • Registros no eSocial: Acesse e tenha à mão os comprovantes de registro e as informações de pagamento lançadas no eSocial para cada funcionário intermitente.
  • Comprovantes de Convocação e Aceite: Mantenha um registro organizado (e-mails, prints de mensagens) das convocações e das respostas dos trabalhadores.
  • Comprovantes de Pagamento: Tenha os recibos de pagamento de cada período de serviço, que detalham todas as verbas proporcionais pagas [1].
  • Relatórios de Frequência: Comprovantes de controle de ponto (seja físico ou digital) que demonstrem as horas efetivamente trabalhadas a cada convocação.

As Penalidades para Irregularidades: O que Você Precisa Saber

A falta de conformidade pode gerar consequências graves para a sua empresa:

  • Multas Administrativas: O não cumprimento das regras da CLT pode levar a multas que variam de R$ 100,00 a R$ 1.000,00 por empregado, dependendo da infração [3].
  • Ações Trabalhistas: O empregado insatisfeito pode entrar com uma ação na Justiça do Trabalho. Nesses casos, a empresa pode ser condenada a pagar direitos retroativos, juros e multas.
  • Descaracterização do Contrato: O risco mais alto. Se o fiscal comprovar que a natureza do trabalho era contínua, o contrato intermitente é invalidado, e a empresa será obrigada a pagar todos os direitos de um funcionário fixo de forma retroativa, além de encargos sociais.

Prevenção é a Chave

A fiscalização do MTE e trabalho intermitente não precisa ser um motivo de estresse para a sua empresa. Ao entender os pontos de inspeção e adotar uma gestão organizada e automatizada, você garante conformidade legal e a tranquilidade de saber que está protegido contra multas e riscos jurídicos.

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Perguntas Frequentes (FAQ)

O MTE pode fiscalizar uma pequena empresa?

Sim. A fiscalização pode ocorrer em empresas de qualquer porte, inclusive microempresas e empregadores domésticos.

Qual o principal foco da fiscalização no trabalho intermitente?

O principal foco é verificar se a modalidade não está sendo usada para encobrir um vínculo de emprego por tempo indeterminado, e se os direitos do trabalhador estão sendo pagos corretamente.

A empresa pode ser multada mesmo se o empregado não reclamar?

Sim. A fiscalização do MTE pode ser feita por iniciativa própria, sem que haja uma denúncia do empregado. O auditor pode auditar a empresa por amostragem ou outros critérios internos.

A fiscalização pode pedir documentos antigos?

Sim. O auditor pode solicitar documentos e registros de períodos anteriores, por isso é crucial manter um histórico completo e organizado de todos os seus colaboradores intermitentes.

Qual a diferença entre a fiscalização do MTE e uma ação judicial?

A fiscalização do MTE é uma auditoria administrativa. Já a ação judicial é um processo movido por um ex-empregado na Justiça do Trabalho. A fiscalização pode resultar em multas, mas a ação judicial pode resultar em pagamentos retroativos e indenizações.

Referências

[1] Planalto. Lei nº 13.467/2017.

[2] Supremo Tribunal Federal. Contrato de trabalho intermitente é constitucional, afirma STF.

[3] Planalto. DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943.

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